O tempo cronológico dividido em momentos [ instantes, fragmentos, pedaços, porções, cagagésimos ] mensuráveis de dimensão diversa - anos, meses, dias, horas, minutos, segundos, etc. - o tempo dizia, é uma invenção, concepção e conceptualização humanas, assim como os instrumentos concebidos e fabricados pelo ser humano para medir e registar o tempo - a ampulheta, o relógio, o cronómetro, etc. O tempo é o Homem que o pensa e o faz.
Imaginemos que um fenómeno trágico de proporções inimagináveis - mas mesmo assim imaginemos... - destruía toda a vida biológica na Terra, e só a vida orgânica, nomeadamente a Humanidade. Por exemplo, uma espécie de 'bomba atómica bioquímica', que destruísse só os seres vivos e deixasse intactos e funcionais os objectos, máquinas e equipamentos.
Durante algum tempo os relógios continuariam a funcionar, presume-se. Mas não haveria ninguém humano vivo para os usar e neles medir o tempo e ver as horas.
Neste contexto podemos dizer peremptoriamente que, p.ex., a 'hora' continuaria a existir per si?
O tempo, enquanto carácter universal e 'constituinte' da matéria [ continuum espaço-tempo ] continuaria a existir, claro, e continuaria a passar, se é que 'passa'. Tempo é devir, é mudança, é movimento.
Mas sem haver ser humano para usar o conceito de tempo, para intuir, para nomear e usar a noção de hora e medi-la podemos dizer que esta continuaria a existir?
Enquanto pedaço de tempo no fluxo deste, sim. Mas enquanto conceito? Enquanto ideia? Sim ou não?
Inclino-me mais para o NÃO...
Aceitam-se sugestões.
imagem © josé antónio • comunicação visual
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