"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" Lavoisier dixit.
Bateu as asas furiosamente num derradeiro esforço para evitar o tombo fatal no chão. Não conseguiu. Algo no seu corpo falhou, talvez a alma efémera, e despenhou-se de grande altura sobre as lajes da varanda, onde o seu insignificante, frágil, minúsculo corpo vibrou ainda, zumbindo durante um pouco, deitado sobre as costas, num último e desesperado esforço para se endireitar e voar para longe dali. Foi inútil. O estertor da morte foi implacável.
Encontraram-na no dia seguinte, imóvel, vã, no seu frio leito de morte.
"Do pó vieste, ao pó voltarás" Génesis
José António Baptista
29-04-2011, Oeiras
fotografia: digitalização duma abelha achada morta no chão.
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