.... e por isso está tão entranhada na cultura deste povo português!Eu já tinha alertado para o facto dos portugueses serem cada vez mais um povo de pandeleiros (ver o post "portugal, país de pandeleiros", de 25 Abril 2004, para uma compreensão do conceito).
Não há muito tempo que um homem candal afirmou publicamente nas pantalhas televisivas que o país é governado por lobbys pandeleiros (ele usa outro conceito ligeiramente diferente), e a reacção não foi nenhuma, que eu saiba. Ninguém o molestou.Ele é na política, nos media, no desporto, na cultura, em todas as formas de poder. Não se pode olhar para lado nenhum que não se depare logo com um deles!A prova de que tenho razão chegou-me através dum post de 29 DEZ 2005, de Carlos M. E. Lopes, que não conheço mas a quem endereço um abraço, publicado no blog de um amigo viseense, blog esse que tem a muito apropriada designação de AI JESUS!, e ao qual recomendo uma visita.Eu não imaginava era que a coisa tivesse uma origem tão recuada no tempo, pelo menos 2000 anos, apesar de o suspeitar como em relação a tantas outras idiossincrasias da cultura pátria.Sem ter pedido licença, transcrevo 2 Epigramas escritos por Marcial, poeta epigramático latino ( séc. I-II ) nascido na Hispânia, com um estilo que terá influenciado Bocage:Se depilas o peito, as pernas mais os braços,
Se teu pénis também em torno é depilado,
É porque à tua amante assim melhor agradas...
Mas em quem pensas tu, ao depilar o rabo?
(Epigramas, Livro II, 62)
De seu membro viril ‘stá doente o teu escravo;
Tu, Névolo, do rabo.
Adivinho não sou; mas presumo o que fazes.
(Epigramas, Livro III, 71)
imagem: Google, manipulada em Photoshop.