Sabia que no dia anterior, antes de ir para casa, tinha deixado o pequeno agrafador amarelo no seu poiso habitual: sobre o tampo da secretária, do lado esquerdo do monitor, encostado paralelamente à pequena régua 'moinho' de trinta centímetros de plástico azul.
Olhou com atenção redobrada o espaço à sua frente. Tudo estava onde devia estar, excepto o pequeno agrafador amarelo. Este tinha-se evaporado!
Como pessoa de bom senso que se considerava ainda pôs a hipótese de o ter guardado na gaveta, o que seria incomum pois gostava de o ter sempre à mão visto que o utilizava imenso, e tê-lo esquecido. Assim, abriu a gaveta. Apenas para confirmar que também não estava dentro desta.
Só discortinava uma hipótese: que na sua ausência o seu 'vizinho' do lado o tivesse levado e não o tivesse reposto no sítio. Voltou-se na cadeira e fez-lhe a necessária pergunta. A resposta foi o típico "'tá aí!". Ainda esteve para perguntar "aí, onde?" mas lembrou-se do poeta que preferia escorregar nos becos lamacentos...
E aquela terra, aquela taílândia, não era a sua terra. Levantou-se e foi até à secretária do outro, sobre a qual, debaixo duns papéis, encontrou o pequeno agrafador amarelo.
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