em primeiro lugar e antes de qualquer outra consideração ou acção tenha em conta que de acordo com o dicionário, um tridente é um instrumento ou objecto com três dentes. de acordo com esta definição uma pessoa idosa, uma criança ou um animal que só tenha três dentes é um tridente... assim como um alho nas mesmas condições ou um etc.
passemos de imediato à receita:
1. pegue uma fina roda dentada de tamanho médio e seque-a bem seca com um pano que não largue pêlo - pode usar uma das do mecanismo do velho relógio de cuco de parede, herança da sua avó Guilhermina que era casada com o bigodudo tio Albertino que morreu gaseado e maluco na Primeira Grande Guerra na Flandres.
2. com um alicate de pontas de boa qualidade vá removendo os dentes até sobrarem apenas três. pare por aqui senão estraga tudo - muito importante: agarre os dentes firmemente e torça o alicate no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio; se tiver dúvidas sobre em que sentido se movem os ponteiros de um relógio, consulte a edição de Abril de 1934 do Borda d'Água ou, como quem não quer a coisa, pergunte à vizinha mula do 3.º esq., aquela que lhe pediu um ovo emprestado e que nunca mais o devolveu.
3. sirva o tridente num chapéu de palha ou numa frigideira enfeitada a gosto.
4. sugestão do Chef - barre uma tampa de um tacho de alumínio com uma mistura de patè de sardinha com margarina rançosa, coloque o tridente no centro sobre um raminho de coentros, enfeite à volta com beatas de cigarros sem filtro e, se conseguir (talvez num bom mini-mercado chinês), algumas caganitas de ratazana. Acompanhe com um tinto da Bairrada ou com leite magro açoreano.
Bon appétit !
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