Agora mais a frio — literalmente... — chegou o momento de tecer alguns comentários sobre os resultados eleitorais.
O primeiro é a constatação de que eu estava certíssimo quando em 21 Julho 2004 referi a minha 'teoria da conspiração', e em 23 Julho 2004 expus também a minha 'teoria da conspiração 2' e a 'addenda' (ver mais abaixo no blog.)
Os resultados eleitorais demonstram que eu estava correcto quanto à opção tomada por Sampaio — não convocar eleições antecipadas quando Durão 'cavou à francesa para Bruxelas e o país que se lixe'.
Em segundo lugar, o aumento de votos em todas as forças, exceptuando as que estavam no governo, incluindo também a diminuição da abstenção, demonstra cabalmente e sem margem para dúvidas, se as houvesse, que o objectivo do cidadão eleitor foi mostrar a revolta e o descontentamento, a agonia, que sentia em relação à situação político-económica vivida pelo país nos últimos tempos, e penalizar as forças governativas — para quem já esqueceu, que as pessoas têm memória curta: PPD-PSD e CDS-PP.
Em terceiro lugar, preocupa-me a ideia de que o PS 'embandeire em arco' e não perceba, ou não queira perceber, as verdadeiras motivações que conduziram à sua escalada eleitoral e correspondente maioria absoluta, e acredite que tal se deveu a uma verdadeira confiança do eleitorado num projecto de governação que em boa verdade não tem nem nunca teve.
Em quarto lugar, preocupa-me a maioria absoluta — erro tipicamente português de pôr as cartas todas na mão do adversário —, e isso abrir, escancarar, as portas para o PS fazer aquilo que sabe fazer melhor, e a que já nos habituou: concretamente, querer estar bem com todos e, para isso, fazer toda a espécie de tropelias, de cedências à direita capitalista, ao patronato, aos grandes grupos económicos, à justiça (assim, com caixa baixa), aos dirigentes desportivos e aos clubes de futebol, ad infinitum, esquecendo-se sistematicamente dos Trabalhadores (assim, com caixa alta) e dos desfavorecidos.
O que eu pergunto é; quando o PS começar a tomar medidas impopulares — e vai tomá-las, a situação económica para aí aponta —, começar a aprovar leis contra os anseios dos cidadãos de melhoria da qualidade de vida, desatar a fazer cedências inconsequentes ou de péssima consequência, enterrar ainda mais o país — onde está o projecto deles para contrariar essa inevitabilidade? —e por aí fora, tudo isto com o apoio na Assembleia da República dos partidos de direita a somarem-se a uma maioria que nem precisará deles para passar seja o que for, numa situação em que o único travão e garante de consciência será o veto do Presidente da República — por enquanto do lado deles, logo dando poucas garantias nesse sentido; previsivelmente, a continuar assim nas próximas eleições presidenciais, que o PS poderá ganhar... pergunto: o que vão os cidadãos fazer? Lembram-se da dificuldade que foi para demitir o governo maioritário de Cavaco Silva?
Pois é. Aproximam-se tempos de luta. É bom que as pessoas se mentalizem para isso e não cruzem os braços.
Oxalá eu esteja enganado. Não o creio.
FALLOR ERGO SUM
sábado, fevereiro 26, 2005
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
fallor ergo sum
Assim a quente ainda não estou em condições de comentar.
Eu esperava uma mudança.
Aconteceu uma mudança, mas... será que mudou mesmo alguma coisa?
Agora vou dormir e mais tarde direi alguma coisa sobre o assunto.
A inevitável citação: fallor ergo sum...
Eu esperava uma mudança.
Aconteceu uma mudança, mas... será que mudou mesmo alguma coisa?
Agora vou dormir e mais tarde direi alguma coisa sobre o assunto.
A inevitável citação: fallor ergo sum...
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
Campanha Bufa - Fevereiro 2005
Olá meus queridos:
Recebi este soneto, da autoria do meu amigo Carlos Bueno, soneto que acho de tão fino recorte literário e de tão grande perspicácia e actualidade, que me pareceu sacanagem não o partilhar convosco. Ei-lo:
Há que ter orgulho em ser ovelha negra,
Vote-se no Bloco de Esquerda ou noutro partido da moda,
O importante é votar na nova regra,
E eleger o partido que mais incomoda.
O Bloco Central que se avizinha, integra,
O Santana e o Sócrates, na mesma roda,
Mas o pior é que o país se desintegra,
E o erário público é que vai todo à poda.
Não falamos em coisas fúteis e já mortas,
Lixo de Santana, submarinos de Paulo Portas,
Falamos em coisas vivas, em liberdade!
Em crianças que se sentam no banco dos réus,
Em lares que não têm de comer para os seus,
E é isto, Jerónimo, o que tu temes de verdade!
Carlos Santos Bueno
Herr Karl sempre ao ataque! :)
Recebi este soneto, da autoria do meu amigo Carlos Bueno, soneto que acho de tão fino recorte literário e de tão grande perspicácia e actualidade, que me pareceu sacanagem não o partilhar convosco. Ei-lo:
Há que ter orgulho em ser ovelha negra,
Vote-se no Bloco de Esquerda ou noutro partido da moda,
O importante é votar na nova regra,
E eleger o partido que mais incomoda.
O Bloco Central que se avizinha, integra,
O Santana e o Sócrates, na mesma roda,
Mas o pior é que o país se desintegra,
E o erário público é que vai todo à poda.
Não falamos em coisas fúteis e já mortas,
Lixo de Santana, submarinos de Paulo Portas,
Falamos em coisas vivas, em liberdade!
Em crianças que se sentam no banco dos réus,
Em lares que não têm de comer para os seus,
E é isto, Jerónimo, o que tu temes de verdade!
Carlos Santos Bueno
Herr Karl sempre ao ataque! :)
quinta-feira, fevereiro 10, 2005
há fantasmas na linha...
Há fantasmas na linha fónica-à-distância da PT!
Só isso pode justificar a recorrência de eventos como o que descrevo de seguida: o telefone fixo, alugado à PT há quase 16 anos, toca estrídulo como um caramujo histérico; acerco-me dele em passos incertos e levanto o auscultador com a minha mão esquerda (a única funcional); atendo com o habitual e inequívoco 'estou' (o que é rigorosamente verdade; ensinaram-me que mentir é muito feio); do outro lado ninguém responde, nenhuma voz ou respiração, apenas o silêncio; apenas o silêncio, não! este é metodicamente esfrangalhado por um 'PIII...PIII...PIII' agudo; um apito lancinante e intermitente com intervalos de cerca de 2 ou 3 segundos; pouso o auscultador no descanso, desligo o telefone, e digo para mim mesmo 'TOMATES!'; algum tempo depois, toca de novo, ignoro-o e não o atendo...
Tenho três registos de ocorrências destas: em 30 de Abril de 2002, pelas 01:05 e 17:15; em 09 de Fevereiro de 2005, entre as 23:00 e as 24:00; e em 10 de Fevereiro de 2005, pelas 04:00; mas a memória lembra-me que já houve mais, das quais não tomei nota.
Conto a história lá em baixo na tabacaria e ouço alguém dizer "Não é o único."
Se de dia é desagradável, de madrugada, então, nem se fala!
Malditos fantasmas que andam na rede fixa da PT a divertirem-se à nossa custa!
Se eles fossem mas é brincar com a pilinha do menino jesus...
sábado, fevereiro 05, 2005
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