segunda-feira, julho 04, 2005

liquefacção

É triste. É deveras triste.
Um dia de manhã acordamos e sentimos que o nosso corpo se está a liquefazer. A matéria corpórea firme e dura transforma-se num líquido verdengoso e pútrido que escorre para o chão e se espalha inexoravelmente entranhando-se nos interstícios do tempo que já passou. Queremos pará-lo. Queremos impedi-lo. Queremos que o líquido se volte a fazer carne e regresse ao seu sítio donde nunca devia ter saído assim o acreditamos. Mas não conseguimos. Não existe força não existe poder capaz de parar o imparável.

Sermos 'demiourgós' de nós mesmos é mais difícil improvável que deuses dos outros vermes que se arrastam pelo terrarium granuloso.

Sem comentários: